A tradução de Will Gallows e o Troll Barriga de Serpente

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Um dos meus estilos favoritos para traduzir é, sem dúvida, o infantojuvenil. Já traduzi diversos títulos desse gênero para a Galera e um para Rocco. No entanto, coincidentemente, os livros eram sempre voltados mais para as adolescentes, trazendo histórias leves e romances bem nos estilo “comédia romântica” que eu adoro.

Quando a Bertrand Brasil me passou Will Gallows e o Troll Barriga de Serpente para traduzir, fiquei encantada pelo desafio que um livro de fantasia representaria para mim: a decisão de traduzir ou não o nome dos lugares e dos seres fantásticos criados pela mente criativa do autor, Derek Keilty, e concretizados nos traços talentosos do ilustrador, Jonny Duddle.

O autor mistura fantasia e faroeste resultando em uma história recheada de aventuras e criaturas fantásticas e diferentes. Will Gallows é um jovem elfo que busca justiça para a morte do pai, o ex-xerife suplente assassinado a sangue frio por um perigoso troll barriga de serpente chamado Noose Wormworx. Em suas investigações, descobre que ele pode estar escondido em um lugar perigoso e sem lei: a Fenda Mortal. Ele está disposto a tudo para vingar a morte do pai e levar o responsável à justiça. No entanto, no longo caminho que tem de percorrer para achar o culpado, ele descobre uma trama que poderá resultar no fim de uma grande região do mundo em que vivem.

Eu me apaixonei na hora pela história e queria passar para os jovens leitores uma tradução fiel, interessante e criativa que prendesse a atenção deles.

A minha experiência como leitora de fantasia, na época, não era tão extensa e consistia, basicamente, na leitura de todos os livros da Harry Potter, a trilogia Senhor dos anéis e alguns livros de mitologia.

Então, o desafio foi grande.  O primeiro sendo a tradução do mapa do mundo criado pelo o autor e representado pelo desenhista. À medida que a tradução se desdobrava, novas decisões surgiam. Criei um pequeno glossário/relatório, no qual fui anotando as minhas decisões e comentando o porquê de cada uma delas.  Enviei esse documento para o produtor editorial para que ele e todos os profissionais que ainda trabalhariam no texto  entendessem melhor todo o processo mental que norteou as minhas decisões. Queria que percebessem claramente que cada uma das sugestões foi pensada e avaliada e, às vezes, eu até colocava mais opções nas quais havia pensando, mas descartado.

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As belíssimas ilustrações da obra são de autoria do artista Jonny Duddle.

Quando Bertrand Brasil enviou o meu exemplar de cortesia, a primeira coisa que fiz foi olhar o mapa da Grande Rochoeste e verificar se eles haviam criado novos nomes para as regiões ou acatado os que criei. Fiquei muito feliz ao perceber que aceitaram todas as minhas sugestões para o nome das regiões, e ver que poucas alterações foram feitas ao texto que enviei.

A edição brasileira está primorosa e, ao meu ver, superior à estrangeira porque, aqui, os editores decidiram fazer o livro em um formato um pouco maior, o que conferiu um peso maior às lindas ilustrações que acompanham o texto.

Só posso dizer que sinto um orgulho enorme por ter sido escolhida pela Bertrand Brasil para traduzir o primeiro livro dessa trilogia. E dividir com vocês a alegria de estar traduzindo a sequência dessa história fantástica.

Posso adiantar que o jovem Will ainda enfrentará muitos desafios e viverá muitas novas aventuras. Aguardem!

Natalie

Publicado por Natalie

Amante de livros, tradutora e editora com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial e fundadora da Calliope Soluções Editoriais.

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