Problematizando a Mônica

Este texto começou como uma brincadeira em um grupo de WhatsApp.
Uma amiga deu bom dia às 8h30 da manhã e postou esta imagem:

Em uma tentativa de ser engraçada — algo que não sou —, comecei a minha análise problematizadora a qual reproduzo a seguir:

“Hmmm, profunda reflexão proposta pela amiga Tatiana.
No caso do Cebolinha, acho que pode ser uma demonstração inconsciente (ou não) do artista da representação do macho alfa, hétero, branco que vive de acordo com o que é esperado pela sociedade. Como macho alfa, ele faz altos planos para dominar o bairro e liderar o restante do grupo, considerando o Sansão o símbolo máximo do poder a ser conquistado.
Já os personagens descalços, não são assim. A Mônica é uma menina forte e capaz de se defender sem precisar de ajuda de outro menino. A Magali come muito sem se importar com o que os outros possam pensar dela. E Cascão não toma banho e assume na boa seus odores.
Para mim, os dedinhos do pé do Chico Bento são uma representação de total liberdade. Embora os demais personagens não se comportarem de acordo com que é esperado, eles não são tão livres quanto um garoto do campo e, por isso, seus dedinhos não são desenhados.
Quanto ao último ponto, creio que todos são desenhados com o mesmo tamanho justamente para demonstrar que, apesar das características individuais, no fundo, todos são iguais: apenas crianças descobrindo o mundo ao seu redor.”

Esse bom dia da querida Tatiana despertou um monstro dentro de mim. Não conseguia mais parar. Todo mundo me ignorando eu lá analisando a criação dos personagens do grande Maurício de Sousa e viajando na maionese — acho que essa expressão meio que denuncia a minha idade.

Resolvi pesquisar para ver se encontrava a verdadeira explicação, dada talvez pelo próprio Maurício. Descobri neste link e vi que a verdade é bem mais simples que nossa imaginação e capacidade problematizar.